«Tráfico de Pessoas – realidade (in) visível?». Foi com este mote que se realizou, no dia 8 de Maio, o 2º Seminário da Rede Regional do Norte de Apoio e Proteção a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos, no Centro Social e Paroquial de Santo André de Canidelo.
O seminário foi dividido em cinco painéis, onde foram discutidos temas como: novos desafios da prostituição versus exploração sexual versus tráfico de seres humanos (TSH) para fins de exploração sexual; crianças e jovens (diferentes olhares); migrações e TSH; entre outros assuntos que colocaram em discussão aquela que é considerada uma das formas mais graves de violação dos direitos humanos. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o TSH gera, por ano, cerca de 24 mil milhões de euros, causando mais de 2,4 milhões de vítimas. Por outro lado, a pobreza, o desemprego, a exclusão social e económica, as desigualdades sociais e de oportunidades estão no topo das causas que contribuem para a vulnerabilidade das vítimas.
Na abertura dos trabalhos, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, descreveu este seminário como “uma oportunidade para discutir um assunto que, tal como tantos outros, sofre do mal da invisibilidade social”, desejando que o evento seja um “momento de reflexão e aprendizagem”. Reforçando o papel da autarquia em assuntos importantes como este, Eduardo Vítor Rodrigues assegurou que esta parceria é para manter: “Há muita coisa que não está na lei e nós, por responsabilidade ética e social, temos obrigação de prosseguir e esta é uma delas”, concluiu.
Para Ana Aroso, presidente da direção da Associação para o Planeamento da Família Norte, depois do seminário o grande desafio passa por envolver toda a comunidade em torno deste assunto “invisível”. “Queremos ter toda a comunidade a trabalhar connosco e a alertar para estas circunstâncias”, referiu.
Neste evento foi, ainda, assinada uma adenda ao protocolo de cooperação já existente entre a Rede Nacional do Norte de Apoio e Proteção a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos e a Câmara Municipal de Gaia, que acrescenta que “a qualquer momento entidades governamentais ou não governamentais que expressem a sua vontade clara de integrar esta parceria, podem fazê-lo, bastando para tal apresentarem uma intervenção direta ou indireta sobre o fenómeno e a concordância com o Acordo de Cooperação”.
No discurso de encerramento deste dia de trabalho e de reflexão, Maria José Gamboa, presidente da Junta de Freguesia de Canidelo, deixou bem expressa a sua vontade: “Enquanto autarca, quero que as comunidades constituam um pensamento, uma autonomia de agir e uma consciência de intervenção e que funcionem como verdadeiras redes com nós bem apertados onde nós não consigamos deixar escapar ninguém”, concluiu.
Fonte: Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia