Se não deixamos de amar um filho ainda que faça o que julgamos não ser bom, por que razão não amamos também a vida, mesmo quando ela não segue o caminho que pensamos ser o melhor?
Só temos uma vida, a nossa, e quanto mais a amarmos mais felizes seremos.
Quando algo corre mal na nossa vida, e todos os dias isso sucede, uma revolta nossa não serve para nada, porque, afinal, a vida seguirá para onde quer, sem sequer parar um pouco para nos escutar.
Talvez o melhor seja abraçar a nossa vida, não para que consiguemos alterá-la, mas para que aproveitemos ao máximo tudo o que de bom há nela. A verdade é que muitos de nós passam a vida sem valorizar o que de bom a sua existência tem. Chega a parecer que até gostam mais do mal que lhe sucede do que de tudo o resto, tal é a forma como o guardam.
Eu sou a história que conto a mim mesmo sobre mim. É aquilo que me acontece e a que atribuo significado e valor que me marca e acaba por constituir a minha identidade.
Ao olhar para o meu passado, se apenas valorizar e guardar o que é menos bom, acabo por me fazer infeliz. Ainda que não me sinta responsável por isso.
Contudo, é possível admirar a minha vida com outro olhar. Se o fizer com amor, darei muito mais importância ao que de bom ocorre. Por pouco que seja… será sempre suficiente para me fazer sorrir.
Fonte: Imissio (José Luis Nunes Martins)