As pessoas querem viver em paz e ser felizes, mas não estão dispostas a fazer o que é preciso para que isso aconteça. Ou seja, são os outros que devem mudar, não eu.
Somos críticos e pessimistas ao ponto de julgarmos que não conseguimos alterar o mundo sozinhos, mas, depois, nem a nossa ínfima parte fazemos. Porque, afinal, são os outros que estão mal. Afastamo-nos deles, enquanto os culpamos pelo nosso mal-estar e nos julgamos diferentes deles.
Eu não posso mudar o ninguém, exceto a mim mesmo. E renovar-me é cuidar do que está ao meu alcance e é da minha inteira responsabilidade. Sem isso é que não serei nunca feliz.
O primeiro passo é simples: olhar para dentro de mim, encontrar e deitar fora tudo quanto não me faz bem a mim nem a ninguém: egoísmos, orgulhos e a vontade de julgar os outros. A maior maldade que que abrigamos é a de julgar que nos bastamos.
Pode alguém ser feliz sem amor? Não. Claro que não. Só pode ser infeliz. Por mais que tenha e seja.
Ao criticarmos os outros julgamo-nos acima deles. Talvez até o façamos como um exercício para nos sentirmos mais elevados. Mas será que não faço eu o mesmo ou pior que aqueles a quem critico, no seu lugar teria feito melhor? Serei eu assim tão diferente e, portanto, tão mais perfeito?
A realidade é como é, não como nós a vemos. Mas isto é tão difícil de admitir!
Olha para ti, quanto do que fazes é uma decisão que resulta de uma vontade mesmo tua? Quanto do teu dia é governado pelas ideias dos outros? Toma nas tuas mãos a tua vida e cuida dela bem e para o bem.
Quais as necessidades que sentes acima da de ser feliz? Porque te empenhas nas outras em vez dela?
Agradar a alguém não é o mesmo que lhe fazer bem. O amor choca, muitas vezes, com a incompreensão de quem é amado. Esse amor não perde valor nem eficácia, mas se aquele que o recebe tiver a humildade de o aceitar, eis que se dá um milagre.
O amor supõe a coragem de quem quer ser viver e ser feliz com mesma força que os egoístas usam para se protegerem a si mesmos.
O amor sou eu.
És tu. Se o quiseres ser.
Fonte: Imissio (José Luis Nunes Martins)