Há uma diferença fundamental entre os que vivem com medo e os que vivem felizes: a forma como encaram o seu futuro.
Quem tem medo fecha-se e prepara-se para o sofrimento que julga certo. Os que vivem felizes acreditam sempre que algo de bom virá a seguir, mesmo que estejam no meio de uma tempestade e por mais improvável que possa ser.
A fé é uma paixão que se quer sentir. Uma força de viver que se decide ter, mesmo que contra as evidências. As aparências acabam por ser apenas e só isso mesmo, nada mais do que a camada superficial do mundo.
Uma pessoa deprimida tem e terá sempre razões concretas para estar triste e desconfiada a respeito dos seus amanhãs. O pessimismo é, apesar de tudo, lógico, prudente e sensato. Mas quem espera e se prepara para o pior acaba, muitas vezes, por nem reconhecer o bem quando ele aparece em vez do mal.
É verdade que tudo pode sempre piorar. Mas é mentira que tenha de ser sempre assim. O que escolhemos esperar determinará o nosso caminho. Com medo, o futuro é perigoso, o presente é traumático e só o passado nos parece confortável.
Se sinto medo, há guerra em mim, se tenho fé, há paz no meu coração.
Com medo escondo-me, com amor entrego-me.
Na verdade, parece que é mais fácil imaginar tragédias do que sonhar com a felicidade, de tal forma que há até quem tenha medo de sonhar, com medo das desilusões… ora, haverá maior maldade do que alguém assassinar a sua própria esperança?
Sem fé não há esperança, sem esperança não há amor, porque o amor é a força da felicidade.
A fé é uma espécie de imprudência, mas resulta! Porque o mundo não se move pelas lógicas da razão, mas sim pela bravura da vontade dos que, acreditando que podem fazer a diferença, se entregam para que felicidade dos outros os faça felizes.
O amor supõe implica tomar por certo o incerto, lutando pela felicidade contra até a própria lógica, entregando a própria vida por uma intenção que é uma loucura aos olhos do mundo.
Fonte: Imissio (José Luis Nunes Martins)