A existência de cada um de nós é um caminho longo, marcado por cruzamentos com outros caminhos, encontros com pessoas que vêm de longe, no espaço e no tempo, e que, depois de nós, seguirão para outras paragens… de que nós nunca iremos ter notícia.
Todos chegamos para depois partirmos.
É preciso envelhecer bastante até compreendermos que o momento da despedida é uma parte importante de todos os encontros. Ainda que depois da despedida haja muito que permanece intacto, por mais dura que tenha sido a perda, a verdade é que não se muda o passado e o que vivemos viverá para sempre connosco e em nós. Seremos sempre mais o nosso passado do que o nosso futuro.
Encontrar e perder são apenas momentos que se sucedem sem fim. Por isso se pode ter a certeza de que cada fim é um começo. Assim como em qualquer caminho há subidas que são descidas, dependendo da direção em que se está.
Os nossos caminhos cruzam-se, encontram-se, afastam-se, mas alguns, poucos, unem-se.
É preciso conhecer para amar e para que isso suceda é preciso ir ao encontro do outro. O amor permite que se unam aqueles que se encontram, mas de que forma e com que intensidade, isso já depende mais deles do que do amor!
Quando me encontro contigo, descubro tanto sobre ti como sobre mim. Pelo que temos de semelhante e de diferente. Depois de nos darmos desta forma, acabamos sempre melhores do que antes. Mas depois de cada encontro, cada um é chamado a responder à questão: e agora, o que vais fazer?
As linhas tortas pelas quais Deus escreve a direito são afinal muito simples, um caminho por onde somos chamados a dar fruto em todos os encontros que vamos tendo com os outros. A enriquecer, a alegrar, a pacificar, a ser bons fazendo o bem e evitando o mal.
Eu e tu seremos sempre aqueles que procuram, os que andam perdidos, os que encontram e os que perderam aquilo que julgávamos nosso, antes de andar para diante sem saber o que esperar… mas amando sempre, apesar de tudo.
Fonte: Imissio (José Luis Nunes Martins)