Quando sentimos alegria e não temos com quem a partilhar, ela transforma-se em tristeza. Assim também com uma tristeza que, quando temos alguém com quem a partilhar, nos pesa um pouco menos. A amizade é compaixão, quer no sentido de paixão enquanto um grande atração e contentamento, como paixão no sentido oposto, de um grande sofrimento que se tem de suportar.
Se a felicidade do teu amigo não te encanta, talvez a amizade não seja profunda! É por isso que cada vez menos pessoas partilham as razões das suas alegrias mais profundas, pois muitas vezes a amizade revela-se apenas superficial.
Um amigo é alguém que decidiu, com consciência e vontade, cuidar de mim, mesmo quando isso significar prejuízo para ele. Cabe a cada um de nós manter ou não uma amizade, porque ninguém é obrigado a ser amigo da melhor pessoa do mundo, nem a não o ser da pior pessoa do mundo.
Ser amigo implica trocar, muitas vezes, a minha paz por dores que só são minhas se eu as quiser, e um amigo quer, quer sempre… ser amigo é deixar de ter só a minha vida para passar a estar presente em várias!
Ninguém pode ter muitos amigos, porque isso equivale a não ter nenhum. A amizade exige uma enorme dedicação e tempo, o que torna impossível manter muitas relações profundas. Ser amigo implica uma escolha que se faz sem grande lógica, mas com certeza.
Os meus amigos desejam tanto a minha felicidade como eu, mas a sua mais nobre missão é a de me ampararem nos períodos mais difíceis.
Para alguns amigos, a ausência de notícias é um bom sinal, indicando que está tudo bem.
O amor faz-se de muitas lágrimas. Como não há outra forma de ser feliz senão amando, chorar é a prova clara de uma felicidade que não se tem, mas que se quer.
Fonte: Imissio (José Luís Nunes Martins)