Começamos a nossa Vigília Pascal com o ritual do fogo novo, rasgando gradualmente a obscuridade da igreja com as luzes apagadas. Começou assim a celebração da grande noite de luz, incitando-nos a retirar dos nossos corações as trevas do desespero e a alimentar a confiança de que a nossa vida transitória é a passagem para o manancial da vida eterna.
Foi nessa Vigília que se celebrou festivamente a incorporação na nossa comunidade de quatro novas filhas da Igreja, depois da sua prolongada formação catequética no catecumenado de adultos. A Ariana e a Carolina receberam o batismo, o sacramento pelo qual somos «regenerados por um sémen incorruptível», como nos lembra uma carta de S. Pedro (1Pe, 1.22). Porque o batismo é um profundo mergulho na vida de Deus, teve todo o significado este ter sido celebrado na Vigília Pascal, a que se seguiu também a celebração do Crisma, recebido pela Daniela e pela Soraida.
No momento da comunhão, as quatro subiram para junto do altar e aí receberam de forma mais solene o pão eucarístico, assim completando os seus três sacramentos da iniciação cristã. Cabe agora a toda a comunidade de Canidelo acolher estas quatro neófitas, ajudando-as a fazer a experiência escaldante e abrasadora de que a nossa vida presente só pode ser cumprida para além dela. Como tão bem nos testemunhou o nosso saudoso Papa Francisco, as trevas da morte deixam despontar uma aurora de vida.