“Ó minha alma, louva o Senhor!” (Sl 145) É o clamor de ação de graças que o pobre levanta para Deus, que “levanta os abatidos” e “ampara o órfão e a viúva”. À pobre viúva do evangelho, que Jesus exalta por ter oferecido “tudo o que possuía para viver” corresponde na primeira Leitura (1 Re 17) a generosidade confiante da viúva de Sarepta, que, apesar de uma situação de total precariedade, prepara para Elias pão com o resto de farinha e de azeite que lhe sobrava para uma última refeição com o filho. O Senhor é fiel: “Desde aquele dia, nem a panela da farinha se esgotou, nem se esvaziou a almotolia do azeite, como o Senhor prometera pela boca de Elias.”
É esta a experiência do crente ao longo da sua vida. A experiência da fé, que conduz a uma atitude permanente de louvor e agradecimento, porque “tudo é graça”. A Eucaristia é sempre ação de graças. Em comunidade, louvemos o Senhor pelos 80 anos de vida, de existência, e pelo dom da fé. Graças a Deus pela sua misericórdia.
Graças a Deus pela família, que ensinou a viver e perdoar e a amar a Igreja.
Graças a Deus por todos os educadores, nomeadamente do Seminário, que iniciou à oração, ajudou a criar hábitos de recolhimento, reflexão, curiosidade cultural e descoberta das múltiplas formas da beleza e da arte.
Graças a Deus pelo testemunho de vida e apoio de tantos padres: Dr. Narciso, Dr. Albino, Dr. Marcelino, P. Manuel Goncalves, P. Leonel, irmão P. António…
Graças a Deus pela iniciação, precoce, à espiritualidade de Teresa de Lisieux e de Carlos de Foucauld: de Teresinha, o caminho da “infância espiritual”, da confiança total no Amor misericordioso; de Carlos de Jesus, “Irmão universal”, o testemunho da fraternidade evangélica na proximidade humilde, escondida, aos mais pobres e na oração eucarística.
Graças a Deus pelos tantos anos vividos em Roma, acompanhando o pontificado de João Paulo II e Bento XVI e mesmo os primeiros tempos de Francisco. A experiência da catolicidade, universalidade, da Igreja, e da criatividade missionária dos Papas após o Vaticano II.
Graças a Deus por estes últimos anos, em Canidelo (e Afurada), mais um dom inesperado, com tantos momentos de alegria e também de partilha de preocupações e sofrimentos, numa experiência crescente e alargada de fraternidade e comunhão. Graças a Deus pelo acolhimento e amizade do sr. P. Almiro e de toda a comunidade.
Na estampa impressa por ocasião da ordenação, há 55 anos, como programa e projeto de vida ministerial figurava a oração atribuída a São Francisco:
Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa Paz!
Oh, Mestre, fazei que eu procure mais, consolar, que ser consolado,
compreender, que ser compreendido, amar, que ser amado.
Porque é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado,
é morrendo que se ressuscita para a Vida Eterna.
P. José Maria (síntese da homilia)
Ação de Graças
Senhor nosso Deus, nós Te louvamos pela vida do Padre José Maria, que celebrou, no passado dia 31 de outubro, 80 anos de vida, ao Teu lado.
Nós Te agradecemos pelo dom da sua vida, pela sua entrega generosa ao Teu serviço, e ao cuidado do Teu povo.
Que a Tua graça o sustente e o renove todos os dias.
Dai-lhe saúde e força, para continuar a ser luz e esperança para todos nós.
Fortalece-o, para que a sua fé seja cada vez mais firme, a sua alegria mais profunda e o seu testemunho cada vez mais inspirado em Cristo, Teu Filho.
Abençoa-o com a Tua paz e confirma-o na certeza de que a sua vida tem sido um canal de bênçãos e de amor para aqueles a quem tem dedicado o seu ministério.
Mãe Santíssima, protege-o com o Teu manto materno e que o teu esposo São José seja para o Padre José Maria exemplo de fé, perseverança e serviço.
Diácono Custódio