A Comunidade da Igreja Matriz é onde as atividades da paróquia se desenvolvem na sua mais ampla dimensão, isto é, é o local onde está sediado o maior número de grupos, pela sua centralidade e ser a sede da paróquia.
O seu culto é dividido entre a igreja matriz e o salão paroquial.
São muitos os grupos onde todos podem dar o seu contributo, desde a catequese para as crianças, passando pelo grupo de jovens, até catequese de adultos. Outros grupos também se desenvolve nesta dinâmica e vida da igreja, de acordo com a caridade e carisma de cada um, todos são necessários para esta edificação e dimensão da paróquia de Canidelo.
Queremos que cada um se sinta em “casa”, nesta Casa que é de Deus e nesta Família mais alargada onde temos de estar preparados para a contagiante Alegria no pleno Amor a Deus e ao Outro.
Igreja Matriz
É uma igreja singela, harmoniosa, de linhas simples. O seu início deve ter sido uma pequena ermida, ligada à Quinta, futuro Paço, construída por volta dos meados do século XII-1124.
Foi sendo ampliada, à medida do aumento populacional, muito diminuto nesse tempo – algumas vilas agrárias e piscatórias.
No século XVIII – 1739, conforme está gravado a baixo-relevo no granito da padieira da porta principal (ANNO DOMINI MDCCXXXIX) – sofreu um aumento mais volumoso, adaptada aos seus 156 fogos – umas quatro a cinco centenas de habitantes, mas sem pensar no futuro.
A fachada principal está revestida a azulejos que não foi investigado a que época pertencem.
Alguns altares laterais – 3 ou 4 – são recentes e sem a talha nobre do mor e dos dois laterais, unidos ao contraforte do arco cruzeiro, também recoberto de boa talha.
A Torre Sineira é do início do séc. XX, em substituição da que se erguia no outro ângulo e à qual se subia por uma escada interior que dava acesso ao coro e deste à torre. O sino grande tem a data de 1970; o de Sto. António e Almas, a de 1878 e o relógio, a de 1889.
Também a capela-mor foi ampliada e os anexos – casa mortuária, sacristias e anexos superiores são recentes e substituíram os anteriores. A escadaria agora exterior que leva às salas de cima era por dentro de uma das sacristias.
A Igreja é formada por uma única Nave (corpo da igreja), com cerca de 198 m2 e pela capela-mor, com aproximadamente 91 m2, separadas pelo Arco Cruzeiro.
No altar da capela-mor, há um painel de arte popular, obra já deste século, do artista nortenho, Guilherme Ferreira Thedim, de Santa Cruz do Bispo, Matosinhos, substituiu um mais antigo, destruído pela humidade e cujo motivo era o mesmo: a Ressurreição de Jesus, este um Cristo em ascensão, a sair do túmulo e a deixar os soldados, que o guardavam, em pavor. Dois Anjos encimam a talha.
O sacrário é recente e o altar é de talha dourada, simples e, provavelmente do séc. XVIII. Duas imagens, em madeira – séc. XVII-XVIII – o ornamentam: Santo André, o padroeiro, cerca de 80 cm.-, do lado esquerdo, e Santa Luzia – cerca de 70 cm. – do lado direito.
Quatro castiçais em talha dourada, do séc. XVIII dão vida a este belo altar.
O Arco Cruzeiro, de granito lavrado foi pintado, tirando-lhe a valia forte da pedra; encerra, no lado da nave, uma riqueza de talha e imaginário, com dois famosos anjos a encimá-la, nos lados de uma tela, com um Cristo Crucificado, no Calvário, e sua Mãe e a outra Maria, de olhares doridos, em contemplação.
O altar do lado direito é de boa talha – certamente do séc. XVIII – e emolduram-no várias imagens de madeira, provavelmente do período do último restauro da Igreja: um Santo António sentado num trono e com o Menino ao colo; e na base, almas em súplica e anjos, um S. João Baptista, um S. Gonçalo, um Santo Amaro e um S. Judas Tadeu.
O altar do lado esquerdo, idêntico ao anterior, é também repositório de imagens de valor: uma Santa Ana, com Nossa Senhora e o Menino; Nossas Senhoras do Rosário e da Conceição; S. José, com a flor de Jessé; um Menino Jesus, vestido de túnica; uma Nossa Senhora das Graças.
Os seguintes da direita são dedicados a Nossa Senhora de Fátima – imagem deste século e em madeira e ao Sagrado Coração de Jesus – imagem grande e em madeira – do final do séc. XIX, respectivamente.
Os seguintes do lado esquerdo, são dedicados ao Senhor da Boa Morte – um expressivo Crucifixo -, acompanhado da Senhora das Dores, e a S. Vicente Ferrer – imagem pequena, mas antiga.
A Pia Baptismal é singela, mas significativa, é de granito trabalhado e do tempo da renovação das obras da igreja.
O Coro Alto é proporcional ao corpo da Igreja e singelo.
O relógio da Torre foi oferta do grande Amigo da Paróquia, Manuel Marques Gomes, nos anos 20; há pouco tempo foi reparado.
Salão Paroquial
Foi uma obra decidida por maioria dos católicos da freguesia.
O terreno é uma doação da família Lima-Leite de Castro.
É constituído por dois salões e seis salas mais pequenas, uma delas serviu de café e outra é a casa mortuária.
Uma formosa imagem da Sagrada Família, de madeira, dá-lhe tonalidade religiosa e familiar. é obra do escultor Manuel José Ferreira Thedim e foi benzida em junho de 1994. o Salão Paroquial é, por isso, dedicado à Sagrada Família.
Acolhe mais de mil pessoas e é constituído por um amplo palco.
A sua finalidade é ser centro da vida pastoral, celebração da eucaristia vespertina das 19:00h de sábado e 11:00h domingo, catequese, reuniões formativas, cursos, indo mais além como realização de festas e a pratica de desporto, entre outras atividades inseridas sempre na sua atividade em prol do bem comunitário.
Tem, por isso, um cunho fundamentalmente cultural.
Capela de Santo António das Almas
A Capela de Santo António encontra-se situada junto ao Salão Paroquial.
O estilo é popular, com bom portal de cantaria, assim como as janelas.
Como se vê pela inscrição do lintel, a capela é recente, do último quartel do século XVIII. Ali levantada, num cotovelo dos velhos caminhos de Canidelo, em Vila Nova de Gaia, muito perto da igreja paroquial, tem uma particularidade: a de reunir dois cultos bem diferentes mas arraigadamente populares, o de Santo António e o das Almas. A tridentina devoção das Almas e a do franciscano lisboeta são porventura, no Norte de Portugal, as mais entranhadas na religiosidade popular portuguesa. Muitas vezes se juntaram e instalaram, na bifurcação de um dos muitos caminhos da vida. As “Constituições Sinodais do Bispado do Porto”, de D. João de Sousa, de 1687, recomendavam assim: «se edifiquem ermidas … e se façam quanto for possível, perto dos caminhos e estradas, e com janelas ou frestas de grades de ferro para, os que passarem, poderem fazer oração nelas». Em Canidelo, a recomendação não ficou no papel. Quem passava, «pelas almas do purgatório, um Padre nosso a Sant’António!».
A imagem de Santo António é de madeira, data do séc. XVIII (1771), é único exemplar.
A Senhora da Guia
Em frente da referida Capela de Santo António, há uma capelinha dedicada a Nossa Senhora da Guia, pertença de um particular, com muitos devotos.
A porta principal da casa tem a data de 1877 e é de boa cantaria.