Origem
São Pedro (1a.C-67) nasceu na Betsaida, na Galileia. Filho de Jonas e irmão do apóstolo André, seu nome de nascimento era Simão. Pescador, trabalhava com o irmão e o pai. Por indicação de João Batista, foi levado por seu irmão André, para conhecer Jesus Cristo. No primeiro encontro Jesus o chamou de Kepha, que em aramaico significava pedra, e traduzido para o grego Petros, determinando ser ele o apóstolo escolhido para liderar os primeiros pregadores da fé cristã pelo mundo. Nessa época de seu encontro com Cristo, Pedro morava em Cafarnaum, com a família de sua mulher.
Caminhando ao lado de Jesus, Pedro emerge como um homem simples, irrequieto e, às vezes, até impulsivo. Vez por outra, fala e age em nome dos Apóstolos; não hesita em pedir a Jesus explicações e esclarecimentos sobre a sua pregação ou parábolas, e o interroga sobre várias questões.
Foi o primeiro a responder a Jesus, diante da pergunta aos discípulos: “Também vocês querem ir embora?”. Jesus fez esta pergunta depois de falar na Sinagoga de Cafarnaum, suscitando transtorno entre os discípulos, de facto, muitos deles, daquele momento em diante, decidiram não segui-l’O mais. Então, Simão Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos?” somente Tu tens palavras de vida eterna, nós acreditamos e sabemos que és o Sando Deus” (Jo 6, 67-68).
A confissão de Pedro
Em Cesareia de Filipe, quando Jesus pergunta aos seus “E vós, quem dizeis que eu sou?”, Pedro afirma: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16). E Jesus lhe disse: “Eu te digo tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16, 18-19)
Eis o encargo que Pedro recebeu, governar a Igreja. Os Evangelhos revelam que Jesus quis confiar a sua IGreja a um pescador instintivo e com pouca instrução, que, às vezes, não sabia ver a vontade de Deus: ele protestou quando Jesus falou sobre a sua Paixão, não queria que Jesus lhe lavasse os pés na Última Ceia, por ser um gesto tão humilde por parte do Mestre; negou, por três vezes, conhecer Jesus, depois de ser capturado.
No entanto, os Apóstolos reconhecem a função que Jesus lhe confiou e ele toma diversas iniciativas. Na manhã de Páscoa, informado por Maria Madalena que o corpo de Jesus tinha desaparecido do sepulcro, foi lá, às pressas, com outro discípulo. Mas, este, chegando antes que ele, deixa, por respeito, que Pedro entre primeiro.
Discípulo de Jesus
Pedro fez parte dos discípulos mais íntimos de Jesus, tendo se dedicado a Jesus com zelo extremado, marcado por atitudes impulsivas, como quando usou a espada para defender seu mestre. Seu nome ocupa sempre o primeiro lugar nas listas de discípulos mencionados nos Evangelhos Sinóticos.
Após a morte e ressurreição de Jesus a liderança de Pedro se acentuou, conforme a narração na primeira parte do livro dos Atos dos Apóstolos. Além de presidir a assembleia apostólica que elegeu Matias como substituto de Judas, Pedro fez seu primeiro sermão no dia de Pentecostes.
São Pedro com seu primeiro sermão levou três mil pessoas a receberem o batismo, presidiu a primeira comunidade cristã, dirigiu o Concílio de Jerusalém e deu início a um trabalho missionário.
Tendo viajado por vários povoados e se dedicando a conversões de pagãos, esteve em Samaria, Lida, Jope e Cesárea. Esteve também em Antioquia onde, segundo alguns, teria sido bispo.
Encontrou-se com São Paulo em Jerusalém, e apoiou a iniciativa deste, de atrair não judeus para a fé cristã. Após esse encontro foi preso por ordem do rei Agripa I.
Foi encaminhado a Roma durante o reinado de Nero, onde passou a viver. Ali fundou e presidiu a comunidade cristã, base da Igreja Católica Romana, e por isso segundo a tradição, foi crucificado por ordem de Nero.
Morte de São Pedro
Pedro viveu em Roma, onde, segundo a tradição, foi morto por ordem de Nero, no ano 67 da Era Cristã. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, segundo seu desejo, pois não considerava digno de morrer como Jesus.
Documentos autênticos do século IV afirmam que São Paulo teria sido enterrado ao longo da via Triunfal, no local chamado de elevações vaticanas. Sobre a sua sepultura, santo Anacleto, o terceiro bispo de Roma, levantou um santuário que aos poucos se tornou o ponto de encontro dos cristãos.
Basílica de São Pedro
Em 316, Constantino, o primeiro imperador cristão, permitiu que o bispo Silvestre I erguesse no mesmo local do santuário erguido na sepultura de São Pedro, que já servira de sepultura para os primeiros bispos (posteriormente chamados de papa), um grande templo cujas obras se prolongaram de 326 a 349. A antiga Basílica de São Pedro foi, depois de muito tempo, danificada e saqueada.
Em 1506, o papa Júlio II iniciou a reconstrução da antiga basílica. A princípio tinha a intenção de preservar o edifício histórico, mas com o novo projeto logo se convenceu em demoli-lo e construir a nova Igreja. O altar original seria preservado. A nova Basílica de São Pedro só foi concluída em 1626.