Hino do Jubileu

Peregrinos De Esperança

Texto de Pierangelo Sequeri

Texto versão portuguesa: António Cartageno

Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!

Toda a língua, povo e nação
tua luz encontra na Palavra.
Os teus filhos, frágeis e dispersos
se reúnem no teu Filho amado.

Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!

Deus nos olha, terno e paciente:
nasce a aurora de um futuro novo.
Novos Céus, Terra feita nova:
passa os muros, ‘Spirito de vida.

Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!

Ergue os olhos, move-te com o vento,
não te atrases: chega Deus, no tempo.
Jesus Cristo por ti se fez Homem:
aos milhares seguem o Caminho.

Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!

Durante o caminho, muitas vezes surge nos lábios o canto, quase como se fosse um companheiro de confiança para exprimir as motivações do viajante. Isto vale também para a vida de fé que é peregrinação à luz do Senhor Ressuscitado. As Sagradas Escrituras estão impregnadas de canto e os Salmos são um exemplo marcante disso: as orações do povo de Israel foram escritas para serem cantadas e, no canto, apresentar diante do Senhor os acontecimentos mais humanos. A tradição da Igreja não faz senão prolongar esta união, fazendo do canto e da música um dos pulmões da própria liturgia. O Jubileu, que por si só se exprime como evento de um povo em peregrinação à Porta Santa, encontra também no canto um dos modos para dar voz ao seu lema, “Peregrinos de esperança”.

O texto elaborado por Pierangelo Sequeri e oferecido à criatividade musical de quem deseja participar no Concurso Internacional para o Hino do Jubileu 2025 interceta os numerosos temas do Ano Santo. Em primeiro lugar, o lema “Peregrinos de esperança” encontra o seu melhor eco bíblico em algumas páginas do profeta Isaías (Isaías 9 e Isaías 60). Os temas da criação, da fraternidade, da ternura de Deus e da esperança no futuro ressoam numa linguagem que não é “tecnicamente” teológica, embora o seja na substância e nas alusões, de modo a fazê-la soar eloquentemente aos ouvidos do nosso tempo.

Passo a passo, o povo de crentes, na peregrinação de cada dia, apoia-se com confiança na fonte da Vida. O canto que surge espontaneamente durante o caminho (cf. Agostinho, Discursos, 256) dirige-se a Deus. É um canto carregado de esperança de se ser libertado e amparado. É um canto acompanhado pelo desejo de que este chegue aos ouvidos d’Aquele que o faz brotar. É Deus que, como uma chama sempre viva, mantém acesa a esperança e dá energia ao passo do povo que caminha.

O profeta Isaías vê repetidamente a família de homens e mulheres, filhos e filhas, regressando da sua dispersão, reunidos à luz da Palavra de Deus: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9, 1). A luz é a do Filho que se fez Homem, Jesus, que com a sua própria Palavra reúne todos os povos e nações. É a chama viva de Jesus que move o passo: «Levanta-te, veste-te de luz, porque vem a tua luz, a glória do Senhor brilha sobre ti» (Isaías 60,1).

A esperança cristã é dinâmica e ilumina a peregrinação da vida, mostrando o rosto dos irmãos e irmãs, companheiros no caminho. Não é uma peregrinação de lobos solitários, mas um caminho de povo, confiante e feliz, que se move em direção a um Novo destino. O sopro do Espírito de vida não deixa de iluminar a aurora do futuro que se está prestes a despontar. O Pai celeste observa com paciência e ternura a peregrinação dos seus filhos e abre-lhes o Caminho, indicando Jesus, o seu Filho, que se torna espaço de caminho para todos.