A autora do logotipo da JMJ Lisboa 2023, Beatriz Roque Antunes, disse à Agência ECCLESIA que decidiu avançar com a sua proposta porque fazia todo sentido juntar duas vertentes da sua vida, “a espiritual e profissional”.
“Aquilo que eu fiz já não é só meu. É dos jovens e da Igreja”, indica a diretora de arte, que venceu o concurso internacional lançado pela equipa organizadora da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realiza em Lisboa, no verão de 2023.
A jovem portuguesa referiu que a ideia de participar surgiu ao ver a irmã e uns amigos a fazerem “o processo criativo e a musicalidade” para concorrerem ao hino deste acontecimento juvenil.
“Isso deixou o bichinho em mim de também querer fazer a minha parte e também concorrer na minha área”, frisou.
Beatriz Roque Antunes, que estudou Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes em Lisboa e Arte e Design em Londres (Reino Unido), reconhece que este projeto foi “um desafio diferente” no seu dia-a-dia.
“Este era um trabalho que partia de uma oração e exigia um trabalho espiritual”, precisa.
No processo criativo, o objetivo era tentar fazer uma imagem “que tivesse um carisma católico e que passasse aos jovens uma imagem de esperança e de alegria”, disse a autora.
O novo logo da JMJ, inspirado no tema ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1, 39), proposto pelo Papa, tem como elementos centrais a Cruz, atravessada por um caminho onde surge o Espírito Santo, e a figura da Virgem, acompanhada pela referência à oração do Rosário.
Partindo de uma cruz e do relato da visitação, a designer realça que a “cruz é interpelada por um caminho que é ilustrativo do caminho que Maria faz na visita à sua prima Isabel”.
“É um caminho que os jovens são chamados a percorrer” e que o Papa Francisco desafia os jovens a fazerem.
O logotipo mostra uma imagem de Maria “jovem” para que as novas gerações se identifiquem mais com Ela”.
O caminho tem “uma evocação ao terço e ao rosário”, uma vivência espiritual portuguesa ligada à peregrinação e a Nossa Senhora de Fátima, acrescentou Beatriz Roque Antunes.
“Isto é vivido como um serviço e é entregar o meu trabalho e os meus talentos à Igreja”.
A vencedora nunca participou numa JMJ, mas acompanhava à distância este acontecimento juvenil.
“Acho que em 2023 vai ser espetacular”, indica.
Beatriz Roque Antunes confessa que gostaria de mostrar o logotipo ao Papa Francisco e “falar com ele sobre o processo criativo e espiritual que esteve na construção”.
No mundo dos designers, a fé “não é algo comum de se falar”, mas Beatriz Roque Antunes refere que “como católica e criativa, a criatividade vem com a inspiração e da oração”.
“Tento evangelizar no meu dia-a-dia sem ser demasiado invasiva”, relata.
Fonte: Agência Ecclésia