Quando estou mais sozinho, cansado ou intranquilo, e preciso de paz, busco-a na quietude que existe à minha volta… por vezes, uma simples pedra é capaz de me dar uma lição. Percebo, por exemplo, que todas as coisas que existem têm um propósito e que, no caso das pessoas, temos a liberdade de o decidir. Mas não basta escolhê-lo, depois é preciso cumpri-lo.
A pedra será sempre pedra, mas eu, para ser quem sou, preciso de orientar o que penso, digo e faço no sentido de me construir, apesar de tudo o que se passa à minha volta.
No meio de toda a confusão do mundo, as flores não deixam de florir. Não para serem mais belas, mas apenas para serem o que são.
As desgraças maiores não são aquelas que acontecem em nosso redor, mas as que deixamos entrar em nós e nos corroem a vontade de amar e ser felizes.
O que me anima? Acreditar que apesar de não ter poder para mandar no mundo à minha volta, posso mandar em mim e escolher um pedaço do mundo onde há paz e fazer desse lugar a minha morada. Anima-me ser capaz de dar paz a mim mesmo, quando tudo à minha volta está em guerra… Há algures em mim uma luz que é mais evidente quando tudo está escuro… é pequena, mas nunca se extingue. Há quem se revolte por este pequeno lume não ser uma fogueira enorme, mas a luz que me protege é capaz de pegar fogo e queimar todo o mal em mim, se eu quiser mesmo que assim seja!
Quantas desgraças na minha vida não são culpa do medo do silêncio?
A vida exige-nos que soframos com paciência e em silêncio.
Quando faço silêncio em mim e em torno de mim, descanso e encontro cura para muitos males.
Procura compreender o silêncio. Sem isso, nunca entenderás a profundidade do que os outros te dizem quando te amam.
Fonte | IMISSIO (José Luís Nunes Martins)