A vida que vivemos neste mundo é apenas parte de uma outra maior.
Não faz sentido que a existência seja apenas o intervalo de tempo que demoramos neste mundo. O vazio e o absurdo são apenas nomes dados às realidades que ultrapassam os nossos limites de compreensão e, por isso, julgamos, com arrogância que se não a nossa inteligência não as abarca é porque não existem!
A vida habita-me, ainda que eu não compreenda nem como, nem onde, nem porquê nem para quê. Sinto que existe uma vontade que me atravessa ao mesmo tempo que me respeita. A vida quer viver, em mim e através de mim.
Uma das perguntas que a minha alma mais me faz é: A alma existe? Ora, não deixo de ficar algo confuso, mas só até perceber que está a chamar a minha atenção para o que ando a fazer com a minha vida.
No interior do que sou há essa espécie de nuvem de onde nascem todos os ventos que sopram em mim.
Não há duas almas iguais. Há almas murchas de tanto se pouparem e outras parecem florestas imensas de tanto darem. Não há fogo nem vento que possa tocar numa alma… só uma outra alma é capaz disso.
Não há almas complementares. É o amor que faz com que almas se moldem a outras.
Escuta o teu silêncio mais íntimo: essa brisa calma, capaz de ser tempestade, é a tua alma!
Fonte: Imissio (José Luís Nunes Martins)