Era uma vez um jovem que gostava muito de viajar e fazia de tudo e mais alguma coisa para conhecer mais um pedacinho do planeta. No entanto, naquele ano o dinheiro escasseava e optou por fazer-se à estrada durante uma semana numa bicicleta e com uma mochila às costas, acampando pelo caminho no meio da natureza.
Na segunda-feira, aos primeiros raios do sol, partiu de casa e ficou impressionado com o trabalho árduo dos agricultores a cultivar a terra e um deles disse-lhe:
– Olha, a natureza não faz nada em vão e é tão sábia que não produz nada de supérfluo ou inútil. Nela não se cria nem se perde nada, pois transforma todas as coisas com sabedoria. A natureza produz o suficiente para todas as nossas necessidades e não há razões para explicar a pobreza e a fome no mundo. Salvar a natureza, mais do que um dever da humanidade é a única condição para a sua própria sobrevivência.
Na terça-feira, querendo ver o nascer do dia, levantou-se cedinho novamente e uma senhora que pintava um quadro junto à velha ponte de um rio, disse-lhe:
– Meu jovem, toda a arte é uma tentativa de imitação da natureza. Ela todos os dias nos oferece duas novas e belas aguarelas: o nascer e o pôr do sol. É impossível olhar para a natureza com todas as suas maravilhas e não pensar no designer ou no pintor divino, aquele que está na sua origem, dá sentido e é o fim de todas as coisas.
Na quarta-feira, numa pitoresca aldeia de montanha, um velhinho disse ao rapaz:
– Sabes, devíamos aprender a ter o ritmo da natureza, pois o seu segredo é a paciência. Contemplar a natureza é podermos assistir todos os dias na primeira fila ao vivo e a cores a um espetáculo sempre novo e diferente. Ao mesmo tempo, diante da majestade e do poder da natureza, devemos ser muito humildes, pois só podemos tê-la do nosso lado, se a respeitarmos e lhe obedecermos.
Na quinta-feira, uma rapariga que lia um livro junto a um lago disse ao jovem:
– Se amamos a natureza, encontraremos beleza em todos os lugares. Em todas as coisas da natureza existe algo de maravilhoso. O homem jamais inventou ou inventará nada mais simples nem nada mais perfeito do que uma qualquer manifestação da natureza. A natureza em si mesma é o mais belo poema e a mais singela oração, pois basta observar, escutar e sentir.
Na sexta-feira, um pescador, que preparava o barco para ir ao mar, disse ao rapaz:
– No meio da natureza somos muito mais felizes já que nada supera a paz que ela nos transmite. Ser feliz é saber admirar e ser agradecido por cada pequena coisa do planeta. Se contemplarmos e respirarmos toda a energia que a natureza nos oferece, estaremos, na verdade, a tomar a melhor medicação do mundo para ter saúde e alcançar o nosso equilíbrio interior.
No sábado, a velha dona de um bar junto ao bosque onde o jovem acampou disse-lhe:
– Ao observarmos profundamente a natureza, entendemos tudo muito melhor. É uma pena pensarmos que a natureza gosta de falar connosco e nós não queremos escutá-la. A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas páginas. A natureza não faz milagres, mas faz belas e profundas revelações que importa saber ler e interpretar. Ela dá-nos verdadeiras lições de vida. Basta estar atento.
No domingo, um sacerdote, depois de ter fechado a igreja da aldeia, disse ao rapaz:
– A obra-prima de Deus é o ser humano e foi para ele que criou a natureza com toda a sua beleza, harmonia e sabedoria. Na natureza podemos ver um Deus bondoso e poderoso que deseja que todas as pessoas desfrutem de sua obra de arte. Contemplar a natureza é conversar com Deus em silêncio e sentir que Ele tudo criou para cada pessoa como se não houvesse mais ninguém em todo o universo.
O jovem regressou a casa, sentindo-se a pessoa mais feliz do mundo. Aquelas tinham sido as suas melhores férias de sempre e pensou naqueles sete dias como os sete capítulos do melhor livro que lera em toda a sua vida. Então, decidiu escrever um livro sobre a sua aventura e comprometeu-se a fazer de tudo para salvar o planeta.
Fonte | Imissio