Se queres ser mais do que és, o fundamental é começares por conhecer-te a ti mesmo. Cada um de nós é único e diferente, pelo que as escolhas individuais devem ser ponderadas de acordo com as fragilidades, forças e dons, pilares da nossa identidade.
Se ter uma vida boa e feliz é um grande objetivo de quase todos nós, isso não significa que todos tenhamos de fazer o mesmo para o alcançar. Depende sempre muito do ponto do caminho onde se está e das capacidades de que dispomos.
Para saberes o que é bom e mau para ti, tens de saber bem quem és! O bem e o mal não variam de pessoa para pessoa, mas a forma como cada um de nós tem o dever de os aplicar em cada circunstância, sim.
Não vale a pena ansiares por lugares de sonho se não sabes onde estás. Pouco vale ter objetivos de vida se não nos conhecemos.
Investe algum tempo a observares-te com paciência, como se fosses alguém que pretende ter informações importantes sobre ti: Como ages e como reages ao que te acontece? O que te alegra e o que te entristece? O que te atrai e o que te repugna? De quem gostas, de quem não gostas e qual o critério para uns e para outros? Quais são os teus sonhos e, ainda mais importante, que medos têm poder, ainda que subtil, sobre ti?
Mas nada disto teria sentido se nós não fossemos também criadores de nós mesmos.
Cada um de nós é quem é, mas deve-o, em parte, a si mesmo.
Se tudo o que faz parte do passado é imutável, muito do que ainda não o é está em aberto.
Esta liberdade assusta-nos. Confessamos muitas vezes viver mal. Quando confrontados com a possibilidade de mudar isso, resistimos ao ponto de… preferirmos o mal ao bem.
Tu és, em ti mesmo, uma possibilidade. De bem, de mal ou de nada.
Se queres mesmo ser feliz, é importante que assumas que os caminhos para lá chegar são íngremes e agrestes. Tão duros que, por mais paradoxal que te possa parecer, cumpri-los já é ser feliz!
Fonte: Imissio (José Luis Nunes Martins)