Acolhimento foi reportado à Diocese do Porto que, num trabalho «concertado» com a Segurança Social, vai decidir a futura residência dos cidadãos ucranianos.
As paróquias de Canidelo e da Afurada, localizadas em Vila Nova de Gaia, manifestaram à Diocese do Porto, a sua disponibilidade para receberem famílias vindas da Ucrânia.
“Nas missas do passado fim-de-semana foi entregue às pessoas uma ficha para preencherem e manifestarem disponibilidade para acolher, nas suas casas ou em casas vagas, crianças e mulheres vindas da Ucrânia. Na altura meia dúzia de pessoas manifestaram-se imediatamente, espero que nos próximos dias esse número aumente”, explica à Agência ECCLESIA o padre Almiro Mendes, pároco das comunidades de Canidelo e da Afurada.
O responsável dá conta que às paróquias têm chegado manifestações de solidariedade e que o próprio, junto de D. Manuel Linda, bispo do Porto, tinha manifestado a sua disponibilidade para ir, com uma carrinha, entregar bens à Polónia.
“Chegamos à conclusão que, falando também com o bispo de Cracóvia e os bispos ortodoxos da Ucrânia, indicaram que era melhor não levar lá nada, mas criar condições para as pessoas que cheguem terem condições. Estamos a criar as condições aqui para isso acontecer, quer na integração das crianças como das mulheres”, indica.
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia está a provocar um êxodo de cidadãos ucranianos e as Nações Unidas estimam que os números possam atingir quatro milhões de refugiados.
“Os portugueses nunca passam ao lado dos dramas dos outros. É um valor dos portugueses e os meus paroquianos partilham esses valores. O que se está a passar é catastrófico, é uma tragédia para a humanidade. Pensamos que as desgraças são-nos alheias, mas temos responsabilidades, é na Europa”, sublinha.
O padre Almiro Mendes alerta para a necessidade de um trabalho concertado para que possa dar frutos e nesse sentido, a disponibilidade das casas e das famílias vai ser reportada ao bispo do Porto para que, em colaboração com a Segurança Social, possam encontrar a melhor solução para quem vai chegar.
“Temos de potenciar as sinergias, a diocese e as paróquias com o governo e as diferentes instituições. Temos de ser caridosos e inteligentes na forma como praticamos a caridade”, reconhece.
O responsável paroquial dá conta da constituição de uma equipa, liderada por si e uma professora que dá aulas de português a cidadãos naturais da Ucrânia, para criar maior integração e que a ligação com os cidadãos ucranianos que já residiam na paróquia é uma realidade, agora a ser otimizada.
Fonte: Agência Ecclésia