É quase certo que quem não te conhece julgue que tu és uma pessoa normal, igual a tantas outras, sem nada de extraordinário. Pode até acontecer que tu mesmo, ao espelho, vejas alguém que nada tem de especial, pelo que é… normal. No entanto, a verdade é que não é assim, e não o é porque é impossível que assim seja.
Cada um de nós é diferente até do que foi ontem. Nunca somos os mesmos ao longo dos dias, essa é a maior das riquezas da vida: a sua constante mudança. A nossa identidade é dinâmica e não se cristaliza nunca, nem no bem, nem no mal. Somos livres ao ponto de podermos escolher o nosso caminho face ao que nos é dado.
Não podemos escolher tudo, mas podemos escolher sempre! Não podemos escolher deixar de ser livres, porque isso implicaria deixarmos de ser… humanos. Cada um de nós é uma esperança clara e concreta de que a humanidade se renove e fortalece, encontrando novas formas de criar mais mundo dentro do mundo. E porque este mundo é parte de um outro que o contém, ao definirmos a nossa vida estamos a construir a eternidade.
Mas somos parecidos uns com os outros? Sim, porém apenas em dois níveis: o das simples aparências e o do íntimo mais profundo.
Há quem tenha medo de ser diferente e escolha repetidas vezes o que os outros escolhem, como se a autenticidade fosse algo de negativo ou feio!
No fundo de todos nós, no âmago da nossa intimidade, há uma pequena chama de fogo que um sopro divino, uma brisa suave, mantém aceso.
Todos nós seremos cinza e pó. Importa pois que, enquanto nos anima a vida, iluminemos o mundo com o fogo do nosso amor mais profundo.
Fonte: Imissio (José Luis Nunes Martins)