Parece que não faz sentido, mas a verdade é que as minhas fraquezas vencem muitas vezes as minhas fortalezas.
Grande parte das minhas forças serve para lutar contra as minhas fraquezas. Mas se assim é, as minhas fraquezas são muito mais fortes do que indica o nome que lhes damos.
Será que chamamos fraquezas às forças do inimigo? Talvez. Ou será que as fraquezas que chamo minhas são, afinal e só, os meus erros?
É curioso que uma das nossas fraquezas seja sermos tão astutos a encontrar as falhas dos outros. Porque o faço eu? Então, não busco ser melhor? Ajudaria, e muito, cuidar mais de me aperfeiçoar colhendo dos outros os exemplos dos seus bons combates.
Depois de passar pelos piores momentos da minha vida, sempre compreendi que se tivesse tido um pouco mais de paz, de paciência e de confiança, tudo teria sido muito menos doloroso… então, porque fui fraco?
Será que sou fraco e, porque não quero aceitar essa verdade, julgo que as minhas falhas são apenas lapsos pontuais?
Ou será que sou forte, apesar de não o conseguir ser todo o tempo?
Talvez seja apenas humano e, por isso mesmo, frágil. Nem forte nem fraco, apenas mais uma pessoa que é chamada a decidir quase todos os dias se quer fazer de si forte ou fraca.
A nossa vida é feita de muitos instantes em que temos de decidir entre ceder a uma fragilidade e cair numa qualquer desgraça, ou fazer-lhe frente e renunciar-lhe, alcançando com isso uma graça.
Ser infeliz é mais fácil e cómodo. Ser feliz exige que arrisquemos tudo e sem certezas de alcançar qualquer coisa. Apenas fé.
O amor é a minha maior força, mas, ainda assim, sinto-me fraco quando percebo que posso tão pouco por aqueles que amo. Talvez porque queira, sozinho, dar-lhes o céu… ou talvez porque não aceite que sou nada sozinho e que, tal como eles precisam de mim, também eu preciso do amor deles.
É duro depender, isso magoa-me em cheio no orgulho… que é uma das armas mais potentes contra o melhor de mim.
Se quero mesmo ser feliz, então tenho de amar os outros, principalmente os mais enfraquecidos, e aceitar o amor dos outros, todos.
Fonte: Imissio (José Luís Nunes Martins)