Arrisca. Não deixes que coisas pequenas e sem grande valor te impeçam de lutar por aquilo que não só é maior como mais valioso.
Arrisca a solidão em busca do verdadeiro amor. Merece um cobarde ser amado? Lança-te, ainda que não vejas chão.
Arrisca, porque a tua existência serve para trazer mais vida à vida. Não vieste para receber, mas para dar.
A tua confiança falha sempre que temes perder a dignidade. Muitos caminhos que prometem ser interessantes trazem consigo a hipótese de nos tornar ridículos. Quantas conversas podiam levar-nos longe e ficam pelo óbvio apenas porque tememos o que os outros possam ficar a pensar sobre nós, se formos livres?
Quantas vezes desististe de lutar por uma oportunidade só porque queres evitar que o teu orgulho fique ferido em caso de fracasso?
O medo, que toma conta de tantas vidas, garante-nos sempre que devemos defender a nossa dignidade. Semeia em nós a ideia de que não somos ridículos, e que seria terrível sê-lo. No entanto, somos mesmo ridículos. Todos. Não por sermos estapafúrdios, mas porque vivemos de uma forma única e autêntica, por mais que alguns se esforcem por ser iguais uns aos outros.
Esta verdade é tomada pelos que confiam em si como um excelente motivo para arriscarem, porque, afinal, têm pouco a perder.
O medo de seres uma fraude não se combate com uma firme convicção na excelência das tuas aptidões, antes sim pela capacidade de compreenderes que não há ninguém que não seja ridículo!
Não sejas mais um daqueles cobardes que nem sonham abrir mão das insignificâncias que julgam valiosas.
Arrisca. Só vais ser capaz de melhorar o mundo à tua volta se acreditares que és capaz de o fazer e se arriscares fazê-lo!
Fonte: Imissio (José Luís Nunes)