A vida é cheia de marés que muito trazem e que, da mesma forma, muito levam. Aprende a admirar e a tirar partido do que te é dado em cada momento, sem te preocupares com a verdade de que um dia o perderás.
Nada deste mundo é permanente. Assim, desapegar-se não significa desistir, mas apenas aceitar que a vida é uma enorme, magnífica e atribulada viagem.
Não te demores nas visitas às tuas memórias, nem deixes que grandes sonhos te distraiam. A paz depende em absoluto da tua capacidade de não te apegares a nada.
O amor mais puro é aquele em que nos damos a nós mesmos, renunciando a qualquer contrapartida. Afinal, o amor basta-se a si mesmo.
Deixa a história acontecer, aceitando o que se aproxima e soltando o que se afasta.
Deixa que os outros sejam quem são, aceitando-os como são em cada momento da sua vida.
Aceita-te. Não te impacientes contigo, dá-te tempo e espaço, sem te enfureceres. Aprende a cuidar de ti, com todos as imperfeições que tens, sem desistires de, com calma, aperfeiçoar o teu coração.
Ama. Qualquer que seja a tua missão, qualquer que seja o caminho que escolhas, qualquer que seja o preço que isso represente. Ama.
Em qualquer relação humana, é essencial que respeitemos o outro, que aceitemos com confiança que saberá melhor do que nós, o que o faz mais feliz. Não devemos impor a ninguém as nossas ideias a respeito dos caminhos que deve construir e seguir rumo à felicidade. Amando da mesma forma o que volta, o que se revolta e o que não volta.
Quem se liga às coisas experimenta uma vida de sofrimento cheia de amputações sem fim.
Abre mão, com um sorriso, daquilo que, na mais profunda verdade, não é teu, apenas te foi confiado por algum tempo!
Ama, renovando a cada dia o compromisso e renovando a força da tua vontade para que assim seja, apesar de tudo. Tudo. Tudo.
No final, e de uma forma que escapa por completo ao nosso entendimento, só será mesmo teu o que tiveres sido capaz de dar aos outros… o quanto foste capaz de amar.
Fonte: Imissio (José Luís Nunes Martins)