Ao admirar o mar ou o céu podemos espantar-nos com a imensidão que representam, mas também é possível que a contemplação desses quase infinitos faça nascer em nós a verdade a respeito da nossa pequenez.
Somos ínfimos quando comparados com o mundo onde vivemos e o universo que nos envolve. No entanto, a liberdade permite-nos ser muito mais do que aquilo que se vê, desde que nunca nos esqueçamos de que não há virtude alguma que não parta da constatação de que, na verdade, nenhum de nós é extraordinário à partida.
Não somos importantes, mas podemos sê-lo.
Devemos ter consciência da nossa quase insignificância, mesmo quando tudo nos corre mal. É mais fácil quando estamos bem, mas dói fundo quando, depois de cairmos, temos de aceitar que as quedas são parte do caminho e não uma injustiça de que somos vítimas.
A verdade é que o caminho de cada um de nós é duro, por vezes mais duro do que aquilo que gostaríamos de ter de suportar.
Lá no alto do orgulho, da vaidade e de tantas outras ilusões, estamos sempre inquietos e em desequilíbrio. Descer ao chão firme da verdade é dar paz a nós mesmos. Não te enganes. Não gostes mais de ti do que aquilo que fizeste por merecer.
És uma pessoa imperfeita a caminho da perfeição. Se tiveres isto sempre presente, não haverá elogio ou censura que te afetem, porque tu sabes quem és.
Quando desces de ti abaixo, colocas os pés num chão que é comum a muitos, enquanto te obrigas a pensar que não és quem queres ser, mas sim quem consegues, através das obras que concretizas a partir dos sonhos que decidiste sonhar e seguir.
Aceita a tua fragilidade sem rodeios. Aceita-te, até para que, com isso, ensines aos outros quem és… a fim de tornares o teu coração digno de amar e ser amado.
Fonte: Imissio