Pelas 7h20 da manhã, do dia 28 junho, já os autocarros se encontravam nos átrios da Igreja Matriz e Salão Paroquial e já um número elevado de participantes se iam concentrando junto à Igreja e Salão Paroquial, certificando a localização do seu autocarro, que se iam identificando com cartazes com o seu respetivo número. O dia amanheceu um bocadinho ameaçador, fazendo com que alguns temessem pelo tempo que iria fazer. Mas S. Pedro não desiludiu ninguém!
Foram 6 os autocarros que esperaram pelo autocarro vindo de Lavadores, já com participantes da Comunidade de S. Pedro, e um outro autocarro vindo da Comunidade de S. Paio encontramo-nos à entrada da auto-estrada. À hora prevista, saíram de Canidelo os 8 autocarros, com destino a Viana do Castelo. Esta primeira parte do passeio foi calma, com a oração da manhã, que o Sr. Padre Almiro tinha distribuído aos diretores dos autocarros, e a recitação do terço.
Foi entregue a cada participante um folheto do Passeio e uma mensagem do Sr. Padre Almiro, com indicações pormenorizadas de como seria o programa para este dia.
À chegada a Viana do Castelo, e como alguns estômagos já reclamavam, a maioria dos participantes dirigiu-se para a zona dos cafés e confeitarias, nomeadamente na Av. dos Combatentes da Grande Guerra e muitos aproveitaram para saborear as bolas de Berlim, especialidade de algumas casas em Viana do Castelo.
Os autocarros estacionaram no parque de estacionamento dos autocarros de turismo, em frente ao Museu Navio Gil Eanes.
Quem pode e teve tempo livre, fez a sua primeira visita a este Museu. Este Navio foi um Hospital, onde na época da pesca eram efetuadas consultas, quem necessitava de ficar internado tinha o internamento para os acolher, também equipado com equipamento para intervenções cirúrgicas, para efetuar exames e análises. Foi um Navio de Capitania com Capitães de Porto a bordo. Encarregou-se também pelo serviço como Navio de Correio. Foi um Navio Abastecedor de Mantimentos, Redes, Diversos Materiais de Pesca, Combustível, Água e Isco para a Pesca. Um Navio Rebocador e um Navio Quebra-Gelo. Muita e variada foi a assistência realizada por este Navio por Mares.
Depois de recompostos, seguimos viagem para a Correlhã, para celebrar a Eucaristia, na Igreja Românica. Algumas pessoas, devido a problemas de saúde, seguiram nos autocarros para o Santuário da Senhora da Boa Morte.
Correlhã é uma freguesia de Ponte de Lima, situando-se a 3 km. A Capela de Santo Abdão é uma Igreja Românica de mestres provincianos do século XIII, desperta interesse pelas suas proporções reduzidas e pela decoração. Curioso o facto de, na porta principal, entre duas composições esculpidas, ter existido, em relevo, uma figura masculina desnuda (de Adão?) que, por ordem eclesiástica e por ser considerada imagem impudica, se picou em 1750.No interior do pequeno templo assinala-se o arco triunfal da abside, sustentado por colunelos românicos com capitéis. Um retabulozinho dos começos do século XVIII enquadra a escultura de madeira do padroeiro da capela – eremita e peregrino lendário. Todos foram de opinião ser uma igreja muito bonita.
A igreja estava extremamente cheia pelos participantes do Passeio e muito bem ornamentada, foi celebrada a Eucaristia do 13.º Domingo do Tempo Comum. O Sr. Padre Almiro teve o auxílio de dois acólitos da paróquia e a celebração foi animada pelo grupo coral, que integrava cantores das várias comunidades paroquiais. Toda a Eucaristia foi muito viva e participada, com todos a cantar sob a direção da Carina Veríssimo. No final da eucaristia, como o Custódio Veríssimo fazia anos nesse dia, teve direito ao canto de parabéns por todos os participantes.
Terminada a Eucaristia, começou a caminhada até ao Santuário e, contrariamente aos 5 a 7 minutos indicados, demoramos cerca de 20 minutos a subida e a chegar ao Santuário, até porque o sol já nos banhava com toda a sua intensidade.
Retirados os merendeiros dos autocarros, quem ia almoçar em Ponte de Lima, seguiu nessa direção, onde ficaram a aguardar a chegada dos restantes. Quem ficou no Santuário, teve direito a uma área reservada, pelo Sr. Mário responsável no Santuário, para partilharmos os farnéis e para convivermos alegre e salutarmente. Foi com alguma relutância que as pessoas se dirigiram para a visita ao Santuário mas, quem foi não ficou desiludido, pois é um templo muito agradável, que convida ao sossego e à meditação.
Situado na encosta da Nó, numa aprazível clareira que o verde dos pinhais circunda, o Santuário de Nossa Senhora da Boa Morte é um templo de romaria cujo exterior banal e arcaizante de maneira alguma denuncia a espectacular máquina escultórica encerrada no seu coração. A construção do Santuário iniciou-se pelos fins do século XVII ou princípios da centúria seguinte, tendo-se trabalhado na obra durante boa parte da primeira metade do século XVIII. No seu interior – malgrado alguns atropelos acrescentados e repintados – guarda-se um monumental, uma vibrante composição de talha e imaginária, verdadeiramente estranha para Portugal, antes a recordar soluções do barroco espanhol, que sobressai, sumptuosa, na monumental capela-mor. Trabalho realizado, em 1720, pelo entalhador bracarense Francisco Ferreira de Castro, resulta numa aparatosa e insólita composição de talha estilo nacional, emoldurando uma vasta tribuna com dossel, destinada a uma série de grandes estátuas em madeira (de autor coevo mas desconhecido), e posteriormente (seguramente depois de 1731) rematado por Alexandre Coelho e Vitório Soares, artistas douradores de Ponte de Lima. Em linguagem exuberante ou mais serena, através dele se evocam os passos das vidas, mortes, ressurreição e assunção de Cristo e da Virgem.
E num instante, entre almoço, convívio e visita ao Santuário chegou a hora de seguirmos para a última paragem do nosso passeio: Ponte de Lima que nos recebeu sorridente e com toda a exuberância dos seus bem cuidados jardins. Deixados os autocarros junto ao Rio Lima, muitas foram as sugestões que se nos apresentaram para passarmos uma tarde magnífica. Para além da IX Feira do Cavalo, que terminava neste dia e que estava a decorrer na Expolima, havia o Museu do Brinquedo, a Igreja Matriz, o Festival dos jardins, a Ponte medieval e uma Feira de Artesanato junto ao rio que mereceu a visita de muitos dos participantes. Houve viagens de charrete e de comboio turístico. Mas o melhor estava para acontecer, na escadaria junto à feira de artesanato. As pessoas foram-se juntando e a animação foi efusiva, ao som de acordeão do Licínio, ferrinhos por José (Cantador do Rancho), viola tocada à vez pela mãe Conceição e pela filha Margarida, ao som do toque do bombo pelo Pedro, e reco-reco do Manuel Gonçalves e tocado pelo Sr. Padre Almiro. Tocou-se, cantaram-se músicas populares, cantou-se as improvisadas desgarrada entre a Madalena, o António Alves e o José, sempre acompanhados pela dança de muitos.
Ponte de Lima é uma vila portuguesa no Distrito de Viana do Castelo. É caracterizada pela sua arquitectura medieval e pela área envolvente, banhada pelo Rio Lima. O município é limitado a norte pelo município de Paredes de Coura, a leste por Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, a sueste por Vila Verde, a sul por Barcelos, a oeste por Viana do Castelo e Caminha e a noroeste por Vila Nova de Cerveira. Localidade muito importante desde a era Romana, possuiu um Palácio da Corte do Reino de Leão, documentado por achados arqueológicos e outros documentos escritos. Recebeu foral de Dona Teresa em 4 de Março de 1125.
Para o Sr. Padre ainda estava reservada uma surpresa: alguns dos seus paroquianos de Ramalde, que também estavam em Passeio, sabendo da sua presença em Ponte de Lima, no Passeio Paroquial, foram cumprimentá-lo, enchendo-o de emoção e alegria.
E parecia que ninguém queria deixar Ponte de Lima, tão agradável estava o ambiente, mas a 2.ª-feira já se aproximava e, para muitos, era dia de trabalho. Foi, pois, relutantemente que nos dirigimos para os autocarros para regressarmos a Canidelo.
Todos gozaram à sua maneira este prazer que foi proporcionado e legítimo. Um dia de “convivialidade alegre e feliz”.
A opinião era unânime: foi um passeio espectacular e é para repetir! Até ao próximo e que aconteça em breve!